Produtos de energia solar da Huawei podem ser banidos dos EUA

Nada é tão ruim que não possa piorar. Esse parece ser o lema atual da Huawei que, entre prisões de executivos e banimentos em diversos países do mundo, pode estar prestes a ter a venda de seus produtos de energia solar proibida nos Estados Unidos. É isso o que pede um grupo de 11 senadores americanos.

Os representantes enviaram uma carta aberta aos departamentos de energia e segurança nacional do governo dos Estados Unidos. No texto, eles afirmam estarem preocupados com ameaças à infraestrutura do país caso os equipamentos solares da Huawei continuem a ser utilizados como parte dela. Hoje, a empresa fornece inversores para o país, componentes responsáveis por converter o que é gerado pelos painéis em correntes alternadas, que podem ser usadas nas residências.

Na visão dos senadores, a participação da Huawei na infraestrutura elétrica americana faz parte de um projeto para “acessar os mercados domésticos e residenciais do país”. Os representantes citam o fato de a empresa ser a maior fabricante global desse tipo de equipamento como uma prova disso e afirmam que a onipresença da companhia no setor pode representar riscos à infraestrutura nacional.

O pedido é direto e reto: as mesmas medidas tomadas quando aos produtos de telecomunicações deveriam ser adotadas, também, no setor energético. Mais do que isso, os senadores pedem que o governo tome atitudes para garantir a integridade da infraestrutura contra ataques externos e revejam as políticas de parceria, de forma que elas não representem riscos para a segurança nacional.

Em resposta à carta, a secretária de do Departamento de Segurança Nacional americano, Kirstjen Nielsen, afirmou que uma força-tarefa para a avaliação de riscos à infraestrutura já está trabalhando. O grupo envolve 60 pessoas, entre membros do governo e parceiros da indústria, que estão estudando todo o sistema energético e outros serviços essenciais do país em busca de possíveis falhas ou pontos de intrusão.

Além disso, Nielsen afirmou que o monitoramento contra ameaças desse tipo é uma prioridade do governo e acontece o tempo todo, de forma a proteger o país. A secretária completou dizendo que o temor quanto a ameaças internacionais também existe entre a administração, que faz todo o possível para garantir que tudo esteja devidamente seguro contra quem quer que seja.

A Huawei, normalmente, vem à público para negar veementemente acusações desse tipo, mas, pelo menos por enquanto, isso ainda não aconteceu. As palavras, entretanto, não impediram a proibição na utilização de produtos da marca em prédios públicos e como parte da estrutura de telecom, bem como as acusações contra executivos por terem quebrado sanções que impedem negociações com países inimigos como Coreia do Norte e Irã, o que acabou levando à prisão da diretora financeira da companhia.