Após duras críticas, Zuckerberg vai encontrar secretário do governo inglês

O CEO do Facebook, Mark Zuckeberg, finalmente vai se encontrar com um representante do governo do Reino Unido. O fundador da rede social concordou em se encontrar com o secretário de cultura britânico Jeremy Wright nos escritórios da empresa nos Estados Unidos. A conversa acontece nesta quinta-feira (21) e deve abordar os casos de desinformação e manipulação política nos quais a plataforma está envolvida.

O papo também marca o fim das repetidas recusas do fundador da rede social. Desde o ano passado, Zuckerberg vinha negando convites para aparecer diante do parlamento britânico para falar sobre as questões citadas, afirmando que todas as questões pertinentes já haviam sido atendidas em seu depoimento ao congresso americano. Isso acabou levando a um aumento nas animosidades entre a empresa e o Reino Unido, que culminou em investigações e inquéritos oficiais.

Toda a briga resultou em um relatório publicado nesta semana, na qual o governo britânico afirma que o Facebook constitui uma ameaça à democracia. Após 18 meses de investigações, o parlamento pede a criação de órgãos independentes e regulações duras para lidar com o que julga ser uma inação da plataforma quanto a conteúdos irregulares ou que tentem manipular politicamente os usuários, além de um maior controle quanto à aquisição de propaganda com fins políticos, principalmente de indivíduos e organizações estrangeiras.

Regras mais rígidas, principalmente com relação à moderação e conduta, não são necessariamente desejáveis para o Facebook, o que explica, em parte, o aceite de Zuckerberg. A empresa, entretanto, não se pronunciou sobre o assunto, além de afirmar que, sim, o fundador da rede social vai se encontrar com o representante britânico para discutir possíveis regulamentações e as conclusões do relatório.

Wright, entretanto, não poupou palavras ao falar à imprensa inglesa antes de embarcar para os Estados Unidos. Ele afirmou que “a era da autorregulação está chegando ao fim” e que o governo tomará medidas para garantir que a rede social e outras empresas de internet assumam suas responsabilidades quanto à segurança das pessoas em suas plataformas. Ele reafirmou a criação de legislações para lidar com isso e disse que é hora de o governo britânico agir para conter esse problema.