Preso em flagrante, estudante é condenado a mais de 14 anos por estupro virtual
O estudante de medicina Andrio Coletto Bozzetto foi condenado nesta quarta-feira (19) por estupro de vulnerável e por armazenar imagens pornográficas envolvendo crianças e adolescentes, em decisão tomada pela 6ª Vara Criminal do Foro Central de Porto Alegre. A decisão é considerada inédita no estado por condenar com o crime de estupro uma relação que aconteceu somente pela internet, onde nenhuma das partes teve contato físico com a outra.
O universitário, que estava no sétimo semestre da faculdade, foi preso em flagrante em setembro do ano passado durante plantão em um hospital de Porto Alegre. A investigação sobre o estudante iniciou-se em abril de 2017, quando o pai de um menino de 10 anos, que mora em São Paulo, descobriu que o filho trocava mensagens de conteúdo sexual com o homem. Ele então comunicou a Polícia Civil, que rastreou os diálogos e chegou ao estudante em Porto Alegre.
De acordo com o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS), a apuração dos fatos apontou que o estudante usava a rede de internet da faculdade para trocar arquivos e fazer contato com suas vítimas. Junto com a prisão, foram apreendidos também o celular e o computador pessoal do estudante, onde foram encontradas milhares de fotos pornográficas de crianças e adolescentes.
Para o promotor Júlio Almeida, da 11ª Promotoria de Justiça da Infância e da Juventude do MP-RS, ainda que não tenha havido contato físico entre as vítimas, o estupro de vulnerável ficou claramente evidenciado pelos danos psicológicos causados à vítima, que mudou de comportamento desde que começou a trocar mensagens de cunho sexual com o estudante de medicina. Ele ainda elogia a decisão da Justiça, afirmando que esse pode ser o primeiro passo para que crimes de abuso sexual contra crianças cometidos em ambiente virtual sejam punidos de maneira adequada.
Segundo a decisão, Andrio Coletto Bozzetto deverá cumprir sentença de 14 anos, dois meses e onze dias de prisão. O advogado do réu, Tiago Lima Gavião, comentou apenas que, apesar de não concordar, a defesa irá respeitar a decisão da Justiça.
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