Empresa diz que está trabalhando em IA que pode antecipar vontades do usuário

Em um dos episódios de Black Mirror chamado White Christmas, o espectador é apresentado a uma tecnologia que nada mais é do que uma cópia digital do usuário, uma inteligência artificial voltada a fazer todo trabalho organizacional em seu lugar. Afinal, quem é mais capaz de saber suas preferências, ajustar sua agenda e pagar suas contas senão uma cópia de você mesmo?

E a ficção começa a ganhar traços de realidade por conta de uma empresa chamada de XMOS. Embora seja pouco conhecida no mercado, é muito falada por tabela por conta da Alexa, inteligência artificial da Amazon.

A XMOS é uma empresa especializada em reconhecimento de voz. Mais do que isso, desenvolve tecnologias para avançar em como conversamos atualmente com máquinas. Assim, a empresa divide este desafios em algumas camadas.

A primeira é a captação de áudio. A empresa já criou uma série de mecanismos como diminuição de eco, reconhecimento de fonte do som para que os microfones sejam direcionados para o falante, ganho de controle de intensidade sonora, além de um sistema de “barge-in” que cancela sons de fundo quando o aparelho é acionado.

Contudo, a empresa quer ir além. A nova proposta é conseguir fazer com que se cancele quaisquer barulhos que não sejam da voz do usuário. Ou seja, em uma chamada de telefone, o reconhecimento de voz poderia fazer com que o interlocutor não escute barulhos de crianças brincando no banco de trás, por exemplo.

A segunda camada é criar uma interface entre usuário e empresa. Para a XMOS é importante que haja um filtro entre o que a Amazon, por exemplo, vai mostrar para o usuário na plataforma e o que o consumidor vai querer realmente receber. O que a empresa percebeu é que, quanto mais poluída de anúncios e conteúdos indesejados for uma tecnologia, menos as pessoas se interessam por ela.

É aí que entra o sistema que “é muito Black Mirror”: a companhia quer criar o chamado “gêmeo digital” do usuário. Diferente a ficção, a ideia não é ter exatamente uma cópia do usuário, mas apenas uma inteligência artificial tão capaz de prever seus desejos e vontades que pode entregar experiências personalizadas ao extremo. Como exemplo, a companhia cita priorizar os amigos com quem quer conversar mais, entender um momento em que o usuário não quer ser perturbado, entre outras coisas do tipo.

Assim, também ser capaz de entregar propagandas e e-mails de empresas e produtos pelos quais a pessoa possa realmente se interessar. Segundo a engenheira de algoritmo da XMOS, Alex Craciun, em entrevista para o TechRadar, a companhia está buscando parceiros e construindo um ecossistema para o futuro próximo. “Vai acontecer em breve”, ela promete.

O terceiro desafio é fazer com que pessoas pensem que conversar com máquinas seja algo natural. Para isso, a XMOS acredita que é preciso ter mais conteúdos que instiguem usuários a optarem pelo controle por voz. Além disso, há a necessidade de deixar a voz desses sistemas ainda mais natural, deixando de lado a sensação de que se está conversando com um robô,.

A proposta, segundo a empresa, é fazer com que a inteligência artificial converse com você como se estivesse entendendo seus sentimentos. Algo como isso já foi mostrado pela Google este ano, em seu evento para desenvolvedores, quando o CEO da empresa, Sundar Pichai, apresentou o Duplex. A tecnologia, segundo a Google, é capaz de ligar para um salão de beleza, por exemplo, e agendar um horário sem a necessidade de supervisão humana — e sem parecer uma ligação automatizada.

Empresa diz que está trabalhando em IA que pode antecipar vontades do usuário Empresa diz que está trabalhando em IA que pode antecipar vontades do usuário Reviewed by Rosiel Victor on dezembro 27, 2018 Rating: 5

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